Pagina 06 – Capitulo 01.
Por clara...
Ao ouvir oque a minha até então chefe falou, pois acabei de descobrir
que essa mulher não passa apenas disso, né? Minha chefe!!!
Respiro fundo fecho os olhos, abro lentamente olhando para o Augusto que
com um olhar me pede paciência, mas como um bicho de espirito solto que sou,
apenas devolvo o mesmo tom.
— É sério isso? — Clara perguntou, com uma frustação amarga na voz.
— É só um procedimento, Clara. Você foi ríspida e me atendeu de forma
desrespeitosa. Imagina se fosse um cliente?
Ao ouvir aquilo meu sangue ferveu. A mulher me tratou com desrespeito
desde do momento que cheguei, ofereci ajuda diversas vezes e essa mocreia diz
que "minha conduta" foi desrespeitosa com ela? Agir com um certo
deboche, confesso, mas trata-la mal, jamais.
— Bom, Ve..Verônica, certo? — Pergunto seu
nome com uma falsa duvida. - Irei assinar sua advertência com o maior
prazer.
— Não é pessoal — Verônica respondeu, virando-se de volta aos
demais funcionários. — Tenho que manter o padrão de penalidade com
todos de maneira semelhante.
Sigo em direção ao meu caixa, pego a mochila que havia chegado e
guardado ao lado da minha cadeira na hora que abrir o caixa, a ponho em um dos
meus braços, e ao ver oque estava fazendo, Augusto me olha e pergunta.
— Oque você está fazendo? — Ele
me olha meio desesperado, olho para ele e digo. — Indo
assinar a minha advertência, não foi isso que recebi agora?
A tal da Verônica olha para mim como se eu tivesse fazendo a cena de
uma novela mexicana, e isso me irrita a ponto de soltar de uma vez só.
Cruzo os braços, ofendida de um jeito que doía fundo, não pela
advertência , pois se realmente tivesse chegado atrasada daquela maneira
aceitaria assinar aquele maldito papel sem relutância, mas poxa, estava ali
vestindo a camisa da empresa mais do que qualquer um ali. Olho para aquela
mulher com zero paciência e solto.
— Engraçado. Quando eu varri o chão duas horas depois do meu
turno, não ouvir ninguém me advertir por isso. — comecei a citar
alguns episódios abusivos na cara dura, sem medo de transformar essa
advertência em uma demissão.
— Quando fiquei até meia-noite organizando o estoque no
mês passado, também não.
Nessa hora, minha indignação começa tomar voz, e minha fala vai saindo
cada vez mais firme e sem freio.
— Ou quando mais uma semana abro mão da minha folga, como
hoje — Nesse momento tenho a atenção total dela. — quando
funcionários faltam e tenho que vim de ultima hora andando quadras e mais
quadras para vir cobrir não só o caixa, mas estoquistas e até mesmo a área da
limpeza.
Nessa hora sinto que sua expressão de alguns minutos atrás sumiu, e um
silencio constrangedor me deu gás para denunciar alguns abuso daquela
gestão. E nesse momento vejo a irá do Augusto sobre mim, mas sinto que já está
na hora de dar um basta nisso. Estou soltando a corda sobre esse emprego. Não
vejo mais o intuito de crescimento com uma gestão tão injusta e imoral assim.
Penso comigo mesma.
— Estou cansada demais para discutir sobre o certo ou
errado. — Digo de maneira cansada.
— Ainda mais em uma semana onde venho trabalhando dezesseis
horas por dia, sem nem ao menos ver a cara do meu gato direito de tão cansada
que chego em casa.
Vejo Verônica apertar os lábios, como se quisesse dizer algo, mas não
conseguia encontrar uma palavra quaisquer. E então dei um passo à frente.
— Eu não tô aqui por salário, Verônica. Não sei se você sabe
disso. Eu visto essa camisa como se fosse minha, assim como muitos hoje aqui
presente. — Vejo a incredulidade de alguns ao me ver falar de
maneira tão unilateral.
— E, se o seu irmão ou o seu agora gerente, não é
mesmo? — Digo me referindo ao Igor e ao Augusto. — não
consegue ver isso... se vocês preferem se esconder atrás de um protocolo para
nos manter na linha como funcionários comuns...
Respiro fundo, sentindo o gosto amargo da falta de valorização
sobre alguns funcionários, inclusive a mim. — Então talvez
estejamos no lugar errado.
Arrumo as duas alças da mochila em minhas costas e me viro em direção a
porta, nem ao menos olho para trás, mas digo em alto e bom som para meu gerente
ouvir.
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